O DECLINIO ESPIRITUAL DO BRASIL.
“O declínio espiritual da Grã-Bretanha era resultante de um “evangelho” que nem feria (o pecado com convicção) nem curava (na busca pela regeneração).” - A.W. Pink.
Hoje, ao passar vistas a diversos textos, buscando algo que não sei exatamente o que é, me deparei com essa brilhante frase deste admirável homem de Deus que foi A.W. Pink.
Devo confessar que de uma certa forma a frase me deixou profundamente preocupado com a realidade da Igreja brasileira. Esta preocupação se acentua a partir do momento que pensamos que a religião, na Grã Bretanha, sempre foi tratada com respeito e seriedade. Contudo, ao mesmo tempo, temos a máxima certeza que algo deixou de ser feito, algo deixou de ser dito e, devido essa omissão, inicio-se o declínio espiritual dos britânicos.
A História ensina que foi a partir da Europa, e em especial da Inglaterra que se iniciaram os grandes avivamentos do continente europeu dos séculos 17, 18 e 19; que foi a partir da Grã-Bretanha, também, que se iniciaram as modernas missões mundiais.
Nomes como Wesley, Spurgeon, Livingston, Whitefield, fizeram parte de todo um processo de avivamento religioso que conduziu a Europa a se render ao Deus vivo; e que levou o homem a buscar crescimento espiritual. Foi dos países que compõe a Grã Bretanha que surgiram grandes missionários, pregadores e avivalistas que levaram o nome do Senhor para as Ámericas, África, Oriente... Enfim, para o mundo!
Sem dúvida, o Espírito de Deus agia de forma singular na Grã-Bretanha e, essa ação, fez com que pessoas fossem libertadas das prisões satânicas para os braços seguros de Cristo. Fez com que pessoas se arrependessem de seus pecados, entregassem a vida a Deus e tivesse o vazio de suas vidas preenchidos pelo Espírito Santo. O Espírito agia, de tal forma, que bares, teatros e outros pontos de diversão mundana eram fechados por falta de público.
Mas depois de tão grande avivamento, de tão grande demonstração do poder de Deus, parece que não mais se falou com autoridade; não mais se falava com o poder do verdadeiro evangelho, ao contrário, se falava pelo sentimento enganoso do coração humano.
Não mais havia um verdadeiro e eficaz combate ao pecado. Não mais se apontava para a eminente volta de Cristo, e para a boca do inferno aberta para dragar aos homens. Não mais haviam palavras como as de Jonathans Edwards, em “Pecadores nas mãos de um Deus irado”. Não mais se apontava para a única saída possível para os males causados pelo pecado: Jesus Cristo, nosso Senhor e Salvador!
Com isso o próprio evangelho decaiu e se tornou algo sem propósito, sem sentido, até chegar ao ponto de se tornar um evangelho morto, que não causava impacto, nem transformação nas vidas.
Provavelmente não tenham sido usado o verdadeiro poder do evangelho e nem tenham travado o bom combate que Paulo exortou Timóteo a fazê-lo (I TM. 1.18-19; 6.1-12; II Tm. 4.1-7). Pior que isso, Paulo recomendou que o evangelho fosse pregado em tempo e fora do tempo, e ao que tudo indica isso não ocorreu.
Ao que podemos perceber, aqueles que tinham autoridade para combater o pecado peferiram se acomodar, permitir pequenos desvios, até chegar ao ponto de se tornarem coniventes com o pecado.
Os pais não educaram os filhos. Os pastores não ensinaram as ovelhas. Os mestres não barraram as filosofias danosas e permitiram que o humanismo entrasse nas igrejas, e que inclusive subisse aos púlpitos, e colocasse o ego em lugar de Deus, como o centro da vida.
Hoje é a Europa quem clama por missionários. Porque ontem, quem tinha a autoridade para combater o pecado, se omitiu de falar das verdades que poderiam ter trazido arrependimento, conversão e salvação.
Hoje é a Europa quem clama por missionários. Porque ontem, quem tinha a autoridade para combater o pecado, preferiu falar palavras que não tranformavam o caráter. Preferiram ministrações antropocêntricas, em lugar apontar para a verdadeira essencia do homem, que é o pecado e a depravação moral.
E ao pensar em tudo isso, meu coração se preocupa com o destino que tomará a igreja brasileira.
Líderes tem se levantado, neste país, para se exaltar acima da cruz de Cristo. Homens que se auto proclamam de Bispos, Apóstolos, “Paipostolos”, Patriarcas e até mesmo de “Pai espiritual”, tem se inserido nos meios de comunicação para confundir e induzir o povo ao erro; ao mesmo tempo, em que se colocam como “intercessores” entre Deus e os homens.
As igrejas tem pregado um deus de conveniencias, que está a serviço do homem; e que negocia suas bençãos por determinados valores.
A igreja brasileira, hoje, não tem pregado contra o pecado, não tem pregado o evangelho da graça, não tem pregado santidade, não tem pregado a consequente mudança de vida, que acompanha a conversão verdadeira do crente.
E meu coração se preocupa com o destino da igreja brasileira. Ainda que encontre esperança na Palavra que diz: “Não tivessem aqueles dias sido abreviados, ninguém seria salvo; mas, por causa dos escolhidos, tais dias serão abreviados”. (Mt. 24.22).
Gostaria de terminar lembrando as Palavras de Jesus: “Em verdade vos digo que lhe confiará todos os seus bens. Mas, se aquele servo, sendo mau, disser consigo mesmo: Meu senhor demora-se, e passar a espancar os seus companheiros e a comer e beber com ébrios, virá o senhor daquele servo em dia em que não o espera e em hora que não sabe e castigá-lo-á, lançando-lhe a sorte com os hipócritas; ali haverá choro e ranger de dentes.” (Mt. 24.47-51).
SOMENTE A DEUS SEJA DADA A GLÓRIA