sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

AVIVAMENTO OU MOVIMENTO?

Ao ler as narrativas do livro “Heróis da Fé”, da CPAD, é quase que impossível não ser contagiado pelos relatos daqueles homens que, se necessário, abandonavam tudo para se dedicar à obra do Reino de Deus.

Não há quem não fique emocionado pelos acontecimentos ali contados, e em vários momentos, chegar às lágrimas diante da verdadeira exposição de poder, derramar do Espírito e frente ao real avivamento espiritual, que foi espalhado pelo mundo através da vida desses homens, que, como verdadeiros profetas incendiaram os países por onde passavam levando a mensagem da cruz, de arrependimento e de vida eterna.

Esses homens foram chamados para realizar uma grande obra e não se omitiram, ao contrário, eles confirmaram suas atitudes com oração e dispondo seus dias em obediência ao Senhor de suas vidas, ao mesmo tempo em que demonstravam firme convicção no poder de Deus e na Palavra de salvação.

Foram homens que apesar dos muitos obstáculos não se abateram, muito pelo contrário, mantiveram sua fé inabalada n’Aquele que os havia chamado das trevas para a luz e os tinha comissionado para irem às nações.

Foram homens que, entendendo a Soberania de Deus sobre suas vidas e sabendo que tudo é realizado através de seu imenso poder, não se deixaram corromper pelo sucesso passageiro, mas, miraram em direção da Nova Jerusalém, e por isso mesmo, traziam a Bíblia nas mãos, a cruz nos ombros e no coração o ardente desejo de divulgar e pregar ao Cristo, nosso Senhor.

Muitos desses homens marcaram não apenas a história da igreja, mas até mesmo a história de suas nações, e do mundo, devido aos grandes avivamentos espirituais que participaram. Avivamentos que provocaram mudança de vida e atitude nos homens e até mesmo na sociedade como um todo.

É impossível não se comover diante de histórias como a do jovem franzino e debilitado David Brainerd, ou do grande explorador David Livingston. Ao mesmo tempo histórias como as de Charles Spurgeons – o príncipe dos pregadores, ou do despertamento espiritual provocado por Jonathans Edwards, nos fazem sonhar com a iminente volta do Senhor.

É fantástico lermos histórias de coragem como as de Martinho Lutero, ou as de Jonh Bunyan, o imortal sonhador, que mesmo na prisão e com nas privações continuou glorificando a Jesus.

Mas, ao mesmo tempo, saber dessas histórias nos faz pensar em nós e naquilo que temos feito em favor do reino de Deus.

Eles foram homens que desprezaram posições de destaque na vida secular por amor a Cristo, nós, no entanto, estamos sempre buscando a posição de destaque para nós, seja na igreja ou na comunidade.

O pior é que existem igrejas que pregam a “barganha” com Deus para benefício próprio, num verdadeiro “toma-lá-da-cá” espiritual.

Hoje, ao contrário dos grandes avivamentos do passado quando não importava outra coisa que não fosse a expansão do Reino de Deus, a Igreja passa por períodos de movimentos. São movimentos de todos os tipos e qualidades que vêm invadindo de forma sorrateira a Igreja. Movimentos que não se sabe onde nascem e que invadem nossas igrejas sem trazer nada de prático, ao contrário, por vezes causa dano à fé das pessoas e à própria igreja como um todo.

Alguns desses movimentos passam de forma rápida e depois ninguém mais se lembra deles; outros, no entanto, são mais duradouros e até se fazem passar como doutrinas bíblicas, chegando a destruir muitas igrejas. O pior é que muitos desses “ensinos”, ainda que não sejam ensinados dentro da igreja, são aprendidos, praticados, interpretados, mesmo que mal interpretados por não serem interpretados à luz da Bíblia, mas o pior é que são defendidos. São movimentos doutrinários que não tem embasamento bíblico, mas são amplamente defendidos, até mesmo por pastores.

Esse é um triste cenário para as nossas igrejas que caminham em meio aos movimentos “neo-pentecostais”, movimentos “de fé”, movimentos “carismáticos”, movimentos “de prosperidade” e outros mais que vão despontando com grande ênfase da mídia, com “pastores” e “líderes” que realizam cultos de louvor a si mesmos e proclamam a Palavra de Deus como se fora um espetáculo de animação teatral, no entanto ignoram as verdades contidas nessa mesma Palavra de Deus.

Muitos desses pregadores preferem sugerir culto aos anjos (e anjos das mais diversas cores), ou então “profetizar” visões de “chaves da vitória”; ou realizar pregações onde o tema central seja “contribua e será abençoado”, do que falar da cruz de Cristo e na regeneração proporcionada pelo Espírito Santo a todo que for justifi
cado pelo sangue de Cristo; se recusam a pregar contra o pecado, contra as práticas idolatras e não incentivam o caminho da santidade.

Nossas igrejas, hoje, vivem de movimentos, ou melhor dizendo, vivemos de modismos com ares de evangelho.

Falamos em bênçãos, mas esquecemos de falar do Abençoador e quando falamos d’Ele é como se Ele fosse um mero detalhe, e não o principal. Hoje em dia muito se fala em colocar “sua” fé em ação, mas se esquecem de falar que é o Espírito de Deus quem nos abastece de fé (cf. I Co. 12.9).

Sem dúvida, são muitos os fatores que nos separam dos verdadeiros avivamentos. E entre eles que ainda precisamos aprender com a oração do profeta Habacuque, que diz:
Ó SENHOR, ouvi falar do que tens feito e estou cheio de temor. Faze agora, em nosso tempo, as coisas maravilhosas que fizeste no passado, para que nós também as vejamos. Mesmo que estejas irado, tem compaixão de nós!” (3:2 – NTLH).

Fica claro, na oração do profeta, que o avivamento pretendido por todos os crentes se traduz através de ouvir a Palavra de Deus (ouvi falar o que tens feito), temer Sua Palavra (e estou cheio de temor), lembrando sempre que temer não é ter medo, ao contrário é respeitar, reverenciar, amar, zelar, obedecer e prestar adoração ao Único que é digno.

O verdadeiro avivamento é produzido nas dimensões espirituais, onde o eleito de Deus é resgatado para uma nova vida e, ao receber essa nova vida, entende o quanto é pecador, o quanto foi atingido pela misericórdia de Deus e decide entregar sua vida para que outros pecadores ouçam as verdades contidas nos evangelhos. O avivamento, ao contrário dos movimentos, é uma obra realizada por Cristo em sua Igreja, ao mesmo tempo em que chama o homem a sua responsabilidade.

Já os movimentos chamam o homem em seu emocional. Pregações são realizadas para despertar o instinto de salvação que existe no homem, mas sem que exista um real comprometimento com a Palavra de Deus. Pregações que levam o homem ao êxtase espiritual, mas que não trazem mudança de vida. Mensagens, que de fato, agradam ao homem e dizem aquilo que ele quer ouvir, mas que não alertam o homem quanto ao perigo do inferno.

A mensagem concebida pelos movimentos prega bênçãos para vida presente, mas não transforma para vida futura.

A verdadeira mensagem da cruz foi deixada nos púlpitos do passado e lá esquecida, porque o que é propagado nos púlpitos desses movimentos é uma mensagem antropocêntrica, colocando Deus a serviço do homem e de suas necessidades, quando na realidade Deus é superior a tudo isso e apesar de tudo continuará sempre sendo Deus, o que nos faz mais uma vez lembramos o profeta Habacuque quando diz:
Ainda que as figueiras não produzam frutas, e as parreiras não dêem uvas; ainda que não haja azeitonas para apanhar nem trigo para colher; ainda que não haja mais ovelhas nos campos nem gado nos currais, mesmo assim eu darei graças ao Senhor e louvarei a Deus, o meu Salvador. O Senhor Deus é a minha força. Ele torna o meu andar firme como o de uma corça e me leva para as montanhas, onde estarei seguro.(3:17-19 – NTLH)



A DEUS, E SOMENTE A DEUS, SEJA DADA TODA GLÓRIA!!!!










sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

O SÍMBOLO DA CRUZ II

E quem não toma a sua cruz e vem após mim não é digno de mim. (Mateus 10:38).

A cruz, sem dúvida, é o símbolo máximo do cristianismo. Não existe cristianismo sem cruz. Porém, parece que os cristãos, a cada dia que passa mais e mais se afastam da cruz e daquilo que ela significa.

A cruz, hoje em dia, é vista mais como um ornamento do quê como símbolo de entrega e negação pessoal. Vemos na cruz um adereço de moda, no entanto, não mais percebemos que a cruz significa santificação, sacrifício, redenção. A cruz, na realidade, mais que tudo, simboliza reconciliação e salvação para todos aqueles que decidirem crer em Sua salvação.

Nesses tempos de evangelho da conveniência, onde se ensina a determinar o que Deus deva fazer para agradar as criaturas, onde se ensina a barganhar as bênçãos em troca de dízimos e ofertas, num verdadeiro toma–lá–dá-cá; ainda não conseguimos aprender que a cruz aponta para a reconciliação com Deus, como diz em Efésios 2:16: “E reconciliasse ambos em um só corpo com Deus, por intermédio da cruz, destruindo por ela a inimizade.”.

Hoje em dia se proclama um evangelho de prosperidades financeiras, ao invés de mostrar o evangelho do caminho difícil, mas que conduz à vida eterna. Proclama-se o evangelho hedonista e antropocêntrico, onde Deus está a serviço do homem, quando na realidade o homem é quem deveria servir a Deus.

Deus, por sua graça e misericórdia, decidiu reconciliar o homem através da morte de Jesus (cf. Rm. 5:10), ou seja, através da cruz, e tendo a cruz como referencia, Deus nos chamou para salvação; sem exigir nada de nós, mas nos dando a responsabilidade de ser testemunhas d’Ele.

Quando Cristo afirma: “e quem não toma a sua cruz e vem após mim não é digno de mim.”, com certeza aponta para a responsabilidade que o homem tem de lutar por sua santidade e da incessante busca de se negar a si mesmo e aos seus desejos egoístas. Já em Gn. 4:7b, vemos Deus advertindo Caim: “Se, todavia, procederes mal, eis que o pecado jaz à porta; o seu desejo será contra ti, mas a ti cumpre dominá-lo.”. É a constante luta pela santidade.

Entendo a salvação como dom gratuito de Deus e sei que devemos andar no mundo com a certeza que a salvação depende exclusivamente d’Ele, mas ao mesmo tempo devo viver uma vida de santidade como se a salvação dependesse de mim.

Sei que
não é fácil, afinal o apóstolo Paulo afirmava: “Porque não faço o bem que prefiro, mas o mal que não quero, esse faço.” (Rm 7:19). E Calvino, em seus muitos escritos, afiança que a luta pela santidade é longa e contínua, em verdade, ele prega, que é uma luta que nunca está concluída na vida presente, mas que deve ser travada com toda força. E eu completo que essa luta, que parece inglória, exatamente por ser permanente, é a mais gloriosa das batalhas (mesmo sendo a mais doída delas), pois é uma luta por amor a Cristo. Não deve ser uma luta por interesse de ganhar o céu, mas deve ser uma luta para glorificar a Deus por aquilo que Ele tem realizado em nossas vidas.

Finalmente (por enquanto), “tomar a sua cruz” é entender que não importa o que aconteça, Deus continuará sendo Deus e nada mudará esse fato, portanto, devemos glorificá-lo exatamente por isso.

Por que não fazer coro com Habacuque:

“Ainda que a figueira não floresça, nem haja fruto na vide; o produto da oliveira minta, e os campos não produzam mantimento; as ovelhas sejam arrebatadas do aprisco, e nos currais não haja gado, todavia, eu me alegro no SENHOR, exulto no Deus da minha salvação.”

ALELUIA!!!!

SOMENTE A DEUS SEJA DADA A GLÓRIA!

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

SER CRISTÃO

Após um longo periodo de afastamento obrigatório, pelos mais variados problemas eis que estamos regressando com texto que já havia sido publicado em um outro local, mas que por falta de material (ainda que não tenhamos deixado de escrever).


SER CRISTÃO

O que de fato é ser cristão?

Ser cristão é ir à igreja aos Domingos para assistir aos cultos e, ao mesmo tempo, não dar bom dia para o seu vizinho por que ele é um “pecador” que nem ao menos vai a igreja?

Não! Acho que isso não é ser cristão. O fato de alguém ir à igreja não faz dessa pessoa um cristão, mas é um bom começo para que ele se torne um.

Ser cristão, com certeza, é mais do que ir a igreja.

Ser cristão, com a mais absoluta certeza, é mais do que se dizer cristão.

Ser cristão, em verdade, é ser discípulo de Cristo e só fazer aquilo que Ele também faria.

Ser cristão (de verdade) é negar a si mesmo, tomar sua própria cruz e seguir ao Senhor (cf. Mt. 16.24); é não buscar seus próprios interesses; é não se envergonhar de testemunhar ao seu Senhor, se necessário com dando a própria vida em favor do Reino de Deus.

Ser cristão é se entregar ao senhorio de Jesus, crendo que pelo seu sacrifício fomos resgatados e, de forma gratuita, sem que merecêssemos, recebemos salvação e vida eterna; é entender que fomos salvos por que Deus nos amou mesmo que estivéssemos afastados d’Ele por conta de nossas transgressões e, como diz na Palavra: “Mas a misericórdia de Deus é muito grande, e o seu amor por nós é tanto, que, quando estávamos espiritualmente mortos por causa da nossa desobediência, ele nos trouxe para a vida que temos em união com Cristo. Pela graça de Deus vocês são salvos”. (Ef.2.4, 5).

Ser cristão é reconhecer que é fraco e tem total dependência de Deus; é reconhecer a extrema miséria em que vive sem a Sua graça e misericórdia; é reconhecer que somos pecadores, assim como o cobrador de impostos de Lc. 18.13 e que tem extrema necessidade de ser perdoado de suas transgressões e de seus pecados, mas, ao mesmo, ser cristão é se arrepender de seus pecados e confessá-los ao Senhor, ao mesmo tempo em que roga pedindo para que Deus lhe dê forças para resistir ao pecado (Gn.4.7), resistir ao diabo mas, principalmente, resistir ao seu pior inimigo: ele mesmo!
Por fim, ser cristão é ter o caráter de Cristo, não se envolvendo e nem andando por caminhos duvidosos e obscuros, não compactuando com o pecado e com a impiedade, sendo transparente em todos os seus atos e em todos os momentos. Jonh Wooden, um grande homem de Deus, dizia: “Preocupe-se mais com seu caráter do que com sua reputação. Caráter é aquilo que você é e reputação é apenas aquilo que os outros pensam que você é”.

Pense nisso e peça a Deus que aumente sua força e permita continuarmos em seus caminhos.


A DEUS SEJA DADA TODA GLÒRIA!!!