LIBERDADE, LIBERDADE ABRE AS ASA SOBRE NÓS:
Desde minha juventude escuto as pessoas dizerem que liberdade é sinônimo para fazer o que quiser.
No entanto, com o passar dos anos começo a entender que essa frase é uma falácia e que na realidade a verdadeira liberdade está em podermos realizar nossas escolhas. A verdadeira liberdade está em poder escolher entre aquilo que eu quero; aquilo que os outros querem de mim, e aquilo que realmente devo fazer.
Um dos maiores sábios do inicio de nossa era cristã, dizia que tínhamos sobre nós duros jugos e que carregávamos pesados fardos. Ao meditar mais profundamente sobre esse aspecto comecei por descobrir que a palavra “jugo” não tem apenas o significado de canga, ou junta de bois; mais que isso tem haver com submissão; com estar oprimido. Isso, com certeza, me levou a uma viagem mental onde comecei a ver nosso cotidiano, com suas tantas rejeições sofridas pelas pessoas que não se enquadram aos parâmetros estabelecidos por esse sistema absurdo em que vivemos.
Dentro desse sistema, imposto e aceito por nossa sociedade, quem passou de tantos quilos é considerado gordo, portanto deve ser exposto ao ridículo. Quem não se veste com tal grife é cafona (palavra em desuso e que, portanto, pode me expor ao ridículo, ao mesmo tempo serei considerado um dinossauro pré-histórico e, portanto, sem crédito perante um mundo em ascensão).Quem não vai ao happy hour no bar tal “naum tá cum nada”.
E o cidadão que não quiser ficar a margem, ou na contra mão da moda, gasta muitas vezes até mesmo a prestação daquela conta que era inadiável. Tudo para que os "amigos" não fiquem com vergonha de sair com a gente (afinal, não posso ficar por baixo e também tenho que usar a tal da grife que é comum para a minha turma).
Mas, ocorre que eles (a turma) não pensam, não percebem (ou fingem tal coisa) que talvez uma simples camiseta daquela marca seja cinco vezes o salário do pobre coitado. Mas ainda assim ele é colocado de lado, como se fosse um objeto imprestável e não um ser humano de carne, osso e sentimentos como todos os demais.
O erro maior, porém, não está neles; está em nós.Talvez esse seja o maior jugo que nós colocamos sobre nós mesmos: o da necessidade de sermos aceitos pela maioria. Queremos ser amados, queridos! Então buscamos nos amoldar aquilo que o sistema (e consequentemente), a sociedade deseja que sejamos. Nós não assumimos nossa própria identidade e buscando o amor onde ele não pode ser encontrado. Até porque se realmente fossemos amados não haveria necessidade de nos amoldarmos, ou melhor: de nos transformarmos em quem não somos, e nem naquilo que querem nos transformar.
Ao mesmo tempo, parece ambiguo, mas se faço aquilo que eu quero com certeza absoluta vou fazer besteira. Um grande sábio disse que o coração do homem traz muitos enganos ao próprio homem. Fazer aquilo que queremos traz os mais variados malefícios ao homem. Temos visto que várias pessoas têm sido consumidas pelas drogas, pelo álcool, pelo tabaco, pelo sexo promíscuo e tantas outras coisas que no principio parecem boas, mas que com o tempo se tornam verdadeiras armadilhas opressivas, que viciam e criam dependência.
São esses tipos de coisas que se tornam um enorme peso sobre os ombros e que nos arqueiam, ao mesmo tempo que nos torna fracos para suportar a falta de aprovação da sociedade. Grande parte daquilo que as pessoas fazem, e que muitas vezes se tornam vícios, são causados por desejos incontroláveis de nossas tendências para o mal, para nossa própria perdição, pois se voltam contra nós mesmos. Martinho Lutero dizia que o pior combate a ser empreendido por ele, não era contra o Papa e sim contra si próprio.
Vejamos alguns dos desejos que mais nos afetam:
TABACO:
cria dependência, através da nicotina, e por meio de seus diversos outros elementos químicos (aproximadamente 4.390 – inclusive veneno de rato, agrotóxicos e Berílio). O tabaco acaba provocando diversas enfermidades, entre elas estão à maioria dos cânceres, problemas cardiovasculares e respiratórios (DPOC), entre outros. Porém o cigarro, antes de chegar a este ponto, traz sensações de euforia, tranqüilidade, de poder de concentração, entre outras coisas.
ÁLCOOL:
assim como o cigarro cria dependência, e dá ao individuo as mais diversas sensações que fazem com que ele se sinta bem. Mas depois que cria a dependência exige cada vez mais de cada um.
SEXO E DROGAS:
Existem pessoas que de tal forma se envolvem em sexo promíscuo e drogas que se esquecem das necessárias prevenções e acabam provocando as mais variadas DST; inclusive a AIDS.
Quantas pessoas já perdemos para aquilo que elas queriam e para suas tendências errôneas. E isso ocorreu porque eles achavam ter liberdade de escolha, mas o pior é que pensaram que essa escolha era LIBERDADE. Não fizeram o que realmente deveriam fazer e pagaram um preço muito alto para todos que os rodeavam. Perdemos pessoas que não souberam dizer “não” para seus desejos e acabaram não nos dizendo tudo aquilo que poderiam ter dito e que, com certeza, nós precisávamos ter ouvido. E, o quê é pior, nunca mais saberemos por eles. Graças a essa falsa liberdade ficamos sem Cazuza, Fred Mercury, Lauro Corona, Sandra Brea e tantas outras pessoas; muitas vezes não tão famosas, mas que com certeza deixaram marcas profundas em nós; pessoas que se tornaram insubstituíveis para nós. A sociedade impõe o quê você deve ser, fazer ou usar; e então passamos a usar, fazer, ou ser de acordo com aquilo que o sistema nos impôs. Isso dá uma falsa impressão de liberdade; mas com certeza, isso não é liberdade. Ao contrario é um tremendo fardo atado sobre os ombros de cada um de nós. Isso acaba se transformando em uma tremenda ditadura; talvez mais cruel até mesmo que a mais sangrenta ditadura militar.
É melhor começar a pensar e analisar o quê, de fato, queremos para nossas vidas.
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