7 Pecados capitais
A definição de sete pecados capitais, de fato, não é encontrada na Bíblia. Porém o termo foi consagrado, pela Igreja Católica, a partir do século IV, com o monge e teólogo grego Evágrio do Ponto (345-399), que teria escrito uma lista contendo oito crimes e paixões humanas, em ordem crescente de importância, ou gravidade, e que influiriam para a realização de outros pecados. Seriam eles:
1. Gula
2. Avareza
3. Luxuria
4. Ira
5. Melancolia
6. Acedia (preguiça espiritual)
7. Vaidade
8. Orgulho
Provavelmente naquela época, a Igreja Católica, estivesse preocupada apenas em proteger seu rebanho dos males que esses vícios pudessem causar. Além de tudo, não é minha intenção discutir se de fato é ou não é pecado. Mas, seja como for, os sete pecados capitais foram exaustivamente debatidos pela Igreja Católica.
Após Evágrio do Ponto (que foi um dos maiores divulgadores de Orígenes de Alexandria aos monges do deserto), também João Cassiano (370-435), bispo de Marselha e um dos principais teólogos do semi peligianismo, realizou estudos com relação aos 8 pecados.
No final do século VI, o Papa Gregório Magno, tomando por base a epístola do apóstolo Paulo aos Gálatas 5:19- 21, definiu que eram sete os pecados capitais: gula, luxúria, avareza, ira, soberba, preguiça e inveja; no entanto não haviam sido “oficializados” como pecados. Somente mais tarde, no século XIII, através da “Suma Teológica” do teólogo, pensador e padre Tomás de Aquino é que foi adotado pela Igreja de Roma como pecados condenatórios.
Segundo Tomás de Aquino todos os pecados são derivados destes sete pecados, dai o termo usado de “capital”. A palavra “capital” vem do latim “caput” que significa líder, cabeça, chefe, principal; poderíamos dizer que capital, nesse sentido, quer dizer: “os sete pecados são o nascedouro de todos os demais pecados, erros e infrações que levam o homem a se distanciar da vontade de Deus.”.
Portanto o ponto de vista da teologia tomasina, a soberba é o mais grave de todos os pecados, já que foi a soberba que fez Lúcifer decair (Is. 14:11- 15; Ez. 28:1- 8), e também fez decair ao homem que desejou ser como Deus (Gn. 3:3, 6).
Na contrapartida dos pecados capitais, a Igreja Católica, ofereceu as “sete virtudes” fundamentais: humildade, disciplina, caridade, castidade, paciência, generosidade e temperança (ou domínio próprio).
Contudo, devemos lembrar que o conceito de pecado capital é exclusivo da Igreja Católica e como já advertimos anteriormente não consta da Bíblia o termo “pecado capital”, até mesmo porque para Deus todos os pecados são absolutamente iguais. Devemos entender que não há um gerador específico para o pecado, a não ser nossa própria natureza pecaminosa (“Porque não faço o bem que prefiro, mas o mal que não quero, esse faço.” - Rm. 7:19; “todos se extraviaram, à uma se fizeram inúteis; não há quem faça o bem, não há nem um sequer.” - Rm. 3:12).
Tomás de Aquino, portanto, definiu os sete pecados como sendo a vaidade, a inveja, a ira, a preguiça, a avareza, a gula e a luxuria.
Por volta de 1589, Peter Binsfeld, em seus estudos sobre os sete pecados capitais, comparou cada pecado com um demonios. Segundo é apresentado em “Biensfild’s Classification of Demons”:
Asmodeus = Luxúria
Belzebu = Gula
Mamom = Avareza
Belfegor = Preguiça
Satã = Ira
Leviatã = Inveja
Lúcifer = Orgulho/ Vaidade
Vejamos cada um dos sete pecados em separado:
· Soberba:
“Quando, porém, o seu coração se elevou, e o seu espírito se tornou soberbo e arrogante, foi derribado do seu trono real, e passou dele a sua glória.” (Dn. 5:20)
Segundo os parâmetros adotados pela IC., a soberba é associada ao orgulho, a arrogância e a vaidade em excesso. Em paralelo, Tomás de Aquino, defendia que a soberba deveria ser tratado em separado devido a sua terrível grandiosidade e em seu lugar incluia a vaidade. No entanto, a IC., entendeu que a vaidade também tem um componente de vanglória, e portanto, trata-se de orgulho e soberba.
· Avareza:
Segundo os parâmetros adotados pela IC., a soberba é associada ao orgulho, a arrogância e a vaidade em excesso. Em paralelo, Tomás de Aquino, defendia que a soberba deveria ser tratado em separado devido a sua terrível grandiosidade e em seu lugar incluia a vaidade. No entanto, a IC., entendeu que a vaidade também tem um componente de vanglória, e portanto, trata-se de orgulho e soberba.
· Avareza:
"A quem dá liberalmente, ainda se lhe acrescenta mais e mais; ao que retém mais do que é justo, ser-lhe-á em pura perda." (Pv. 11: 24).
É o excessivo apego às riquezas e aos bens materiais; sendo que o ávaro acaba colocando sua prioridade apenas em coisas materiais, e deixa Deus relegado a um segundo. O ávaro dá um valor tão grande aos bens materiais, que tem maior prazer em estar com suas riquezas, o que, de certa forma, poderiamos dizer que é idolatria. A IC. tem a avareza como sinonimo de ganância, ou seja, a exagerada vontade de possuir e acumular bens materiais para sí mesmo. O avarento busca não dividir suas coisas com ninguém.
· Luxúria:
“Assim, farei cessar a luxúria da terra, para que se escarmentem todas as mulheres e não façam segundo a luxúria delas.” (Ez. 23:48).
A luxúria é o desejo passional e egoísta descontrolado por todo tipo de prazer sexual e material. A luxúria conduz a corrupção de costumes, à sexualidade descontrolada, a lacívia e a sensualidade extremada. A luxúria, portanto, consiste em total apego aos prazeres carnais. A luxúria é, por assim dizer, o condutor para outros pecados da carne, como por exemplo: a prostituição, a sodomia, a pornografia, o incesto, a masturbação, a pedofilia, a zoofilia ou bestialismo, ao fetichismo, ao sadismo (busca de prazer inflingindo dor ao parceiro) e ao masoquismo (busca de prazer recebendo do parceiro punições que envolvem dor), aos mais diversos desvios sexuais, e tantos outros pecados relacionados com a carne.
· Inveja:
“O ânimo sereno é a vida do corpo, mas a inveja é a podridão dos ossos.” Pv. 14:30
A inveja é o desejo das posses, status, habilidades e tudo mais que é não é seu. O invejoso ignora as bênçãos recebidas e não consegue perceber as boas coisas que são suas; tem sempre o desejo de ter o que é do outro. A inveja, muitas vezes chega a ser confundida com a cobiça; contudo, no caso do invejoso, ele se acredita injustiçado, pois não consegue deixar de querer para si aquilo que é do outro.
· Gula:
A inveja é o desejo das posses, status, habilidades e tudo mais que é não é seu. O invejoso ignora as bênçãos recebidas e não consegue perceber as boas coisas que são suas; tem sempre o desejo de ter o que é do outro. A inveja, muitas vezes chega a ser confundida com a cobiça; contudo, no caso do invejoso, ele se acredita injustiçado, pois não consegue deixar de querer para si aquilo que é do outro.
· Gula:
“mete uma faca à tua garganta, se és homem glutão.” (Pv. 23:2)
A gula, geralmente, é associada à alimentação. Ao desejo insaciável de se alimentar além do necessário. No entanto, poderíamos alongar esse perfil e relacionar, a gula, a insaciável necessidade do homem em ter muito mais do que possui e não se contentando com o necessário apenas para viver. E, nesse sentido, poderíamos relacioná-lo ao mais puro egoísmo.
· Ira:
Pesada é a pedra, e a areia é uma carga; mas a ira do insensato é mais pesada do que uma e outra. (Pv. 27:3).
A ira é um intenso e “incontrolável” sentimento de raiva, ódio, rancor, que pode ou não gerar um sentimento de vingança. Geralmente a ira torna a pessoa agressiva, descontrolada e furiosa. A ira é um sentimento mental e emotivo que leva o irado a tentar destruir o motivo de sua ira. Não raro a ira volta-se contra o próprio irado, deixando marcas profundas e mágoas maiores ainda.
· Preguiça:
A ira é um intenso e “incontrolável” sentimento de raiva, ódio, rancor, que pode ou não gerar um sentimento de vingança. Geralmente a ira torna a pessoa agressiva, descontrolada e furiosa. A ira é um sentimento mental e emotivo que leva o irado a tentar destruir o motivo de sua ira. Não raro a ira volta-se contra o próprio irado, deixando marcas profundas e mágoas maiores ainda.
· Preguiça:
“A preguiça faz cair em profundo sono, e o ocioso vem a padecer fome.” (Pv. 19:15).
A preguiça é caracterizada pela falta de vontade da pessoa. O preguiçoso, geralmente, vive fazendo as coisas com total falta de capricho, de esmero; nunca se empenha em fazer o melhor; é negligênte, desleixado e faz tudo com morosidade, lentidão e moleza. Tem aversão ao trabalho, aos estudos, levando uma vida derregrada, inativa e associada ao ócio e a vadiagem.
Seja de que forma for, devemos levar em conta que, apesar de não existirem na Bíblia "os 7 pecados capitais", na mesma Bíblia existem diversas recomendações contra esses vícios do homem, que se não forem controlados podem levar ao pecado, sim.
Devemos, também, lembrar que para combater os 7 pecados capitais, nos é oferecida uma lista onde estão as 7 virtudes fundamentais, são elas:
HUMILDADE, para combater a soberba;
DISCIPLINA, para evitar a preguiça;
CARIDADE, para lutar contra a avareza;
CASTIDADE, contra os males provocados pela luxúria;
PACIÊNCIA, em contra partida aos males da ira;
GENEROSIDADE, na luta contra a inveja;
TEMPERANÇA (domínio próprio), como meio eficaz de controle da gula.
Entretanto, os pecados ficaram mais famosos do que as virtudes. Mais uma vez temos que lembrar que os 7 pecados capitais são exclusivos da Igreja Católica, sendo que a IC. não é acompanhada, em seu ponto de vista, nem pelos protestantes, nem pelos judeus, nem por nenhuma outra religião ocidental, ou oriental.
Mas, ainda assim, reafirmamos nosso ponto de vista que, ao mesmo tempo em que esses preceitos não se tratam de pecados, também reafirmamos que o não controle desses males conduzem ao pecado e, portanto, merecem ser combatidos.
HUMILDADE, para combater a soberba;
DISCIPLINA, para evitar a preguiça;
CARIDADE, para lutar contra a avareza;
CASTIDADE, contra os males provocados pela luxúria;
PACIÊNCIA, em contra partida aos males da ira;
GENEROSIDADE, na luta contra a inveja;
TEMPERANÇA (domínio próprio), como meio eficaz de controle da gula.
Entretanto, os pecados ficaram mais famosos do que as virtudes. Mais uma vez temos que lembrar que os 7 pecados capitais são exclusivos da Igreja Católica, sendo que a IC. não é acompanhada, em seu ponto de vista, nem pelos protestantes, nem pelos judeus, nem por nenhuma outra religião ocidental, ou oriental.
Mas, ainda assim, reafirmamos nosso ponto de vista que, ao mesmo tempo em que esses preceitos não se tratam de pecados, também reafirmamos que o não controle desses males conduzem ao pecado e, portanto, merecem ser combatidos.
O próprio apóstolo Paulo nos adverte quanto a isso, na carta aos Gálatas 5:16- 23, diz: “Digo, porém: andai no Espírito e jamais satisfareis à concupiscência da carne. Porque a carne milita contra o Espírito, e o Espírito, contra a carne, porque são opostos entre si; para que não façais o que, porventura, seja do vosso querer. Mas, se sois guiados pelo Espírito, não estais sob a lei. Ora, as obras da carne são conhecidas e são: prostituição, impureza, lascívia, idolatria, feitiçarias, inimizades, porfias, ciúmes, iras, discórdias, dissensões, facções, invejas, bebedices, glutonarias e coisas semelhantes a estas, a respeito das quais eu vos declaro, como já, outrora, vos preveni, que não herdarão o reino de Deus os que tais coisas praticam. Mas o fruto do Espírito é: amor, alegria, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio próprio. Contra estas coisas não há lei.”
AMÉM!!!!!!