sábado, 20 de dezembro de 2008



O SÍMBOLO DA CRUZ


Quando eu era pequeno, sobre a cama de meus pais havia um crucifixo. E eu me lembro que logo após a morte de meu pai, alguém disse a minha mãe que não “prestava” ter uma cruz por cima da cama, no quarto de dormir. Essa pessoa alegava que a cruz simbolizava o sofrimento e isso, por si só, deveria fazer com que minha mãe tirasse a cruz dali.

Essa pessoa defendia a estranha teoria que a cruz por sobre a cama teria o poder de trazer, sobre quem se deitasse na cama, todo o sofrimento de Cristo.

Creio que, de fato, existam muitas pessoas que vejam na cruz o símbolo de sofrimento e de martírio intensos. E ainda que não adotem a mesma teoria daquela pessoa existem muitas outras pessoas, com certeza, crêem ser de “mau agouro carregar uma cruz no pescoço”. E isso se deve ao fato de que para a grande maioria a cruz representa sofrimento, tristeza, penar, pesar e morte.

Naquele tempo fiquei impressionado e assustado. Hoje, porém, eu sei que a cruz, na realidade, é um, símbolo de amor. Foi nela que Jesus sofreu por nossos pecados, por nossa causa Ele foi castigado (cf. Is. 53.5) carregou sobre si todos os nossos pecados e por seus ferimentos fomos curados (cf. I Pe. 2.24).

Agora eu sei que de fato a cruz, para nós, representa alegria; porque foi nela que Deus sacrificou Seu próprio Filho unigênito como oferta pelo pecado, para sermos libertos da lei do pecado (cf. Rm. 8.2,3).

Hoje eu aprendi que com esse ato de sublime amor Deus nos fez mais que vencedores e que nada poderá nos separar de seu amor (cf. Rm. 8.31-39). E que seu grande amor é demonstrado por seu ato de haver enviado seu Filho morrer por nós, sendo nós ainda pecadores (cf. Rm. 5.8).

Se há algum simbolismo de sofrimento na cruz não é para nós. Porque hoje eu vejo que o verdadeiro símbolo que existe na cruz é o do livramento, do amor, da alegria e da vida.

DE VIDA ETERNA!!!!
O ESPÍRITO DE NATAL


O Natal deve ou não ser comemorado?

Existe no meio evangélico uma controvérsia com relação a comemoração do Natal.

Apesar de ter consciência que esse tipo de discussão é secundário e que estar unido em torno de Jesus é mais importante do que discutir datas, afinal é Ele o único digno de receber a glória e poder para todo o sempre! Amém. (cf. Ap. 1. 6).
Gostaria, no entanto, de examinar o nosso comportamento do dia-a-dia, em datas consideradas especiais, para com aqueles que amamos, em especial com os nossos familiares.

A verdade é que quando se trata de nossos familiares nós nos alegramos e festejamos, com muito entusiasmo, a alegria de nossos amados e comemoramos com jubilo a data em que eles nasceram fazendo festas e confraternizando como forma de mostrar toda nossa felicidade por eles.
Por que, então, não seria correto comemorarmos com muita alegria o nascimento daquele que nasceu para nos salvar?
Eu creio que devemos comemorar com muita gratidão, alegria e louvor aquele que esvaziou-se a si mesmo, vindo a ser servo, tornando-se semelhante aos homens (cf. Fp. 2. 7).

A não existência de evidências bíblicas, ou históricas, que colaborem com o dia 25 de Dezembro como o dia em que Jesus nasceu não dá motivos suficientes para não comemorar o nascimento daquele que se ofereceu como sacrifício perfeito em nosso favor.

Existem argumentos que indicam para a diversidade de datas em que era comemorado o nascimento de Jesus no inicio da era cristã. Porém devemos ter claro que, se é verdade que os cristãos primitivos, historicamente, não realizavam a comemoração em um dia especifico como o fazemos hoje, é claro também que eles comemoravam o Salvador.

As primeiras evidências históricas, com relação a comemoração do Natal, só ocorrem a partir do séc. III, com Hypólito, bispo de Roma. Hypólito escolhe o dia 02 de Janeiro para comemorar o nascimento de Jesus; outros cristãos, porém, escolheram datas diferentes, tais como: 06 de Janeiro, 25 ou 28 de Março, 18 ou 19 de Abril e muitas outras. A comemoração do dia 25 de Dezembro só se tornou universal entre os anos de 325/354.

Como já nos referimos, através dos evangelhos não temos a exatidão de uma data, e nem mesmo a indicação dela, para sabermos quando de fato ocorreu o nascimento de Jesus. Contudo o evangelho de Lucas apresenta uma cena que é extremamente gloriosa e, ao mesmo tempo, de imenso jubilo para todos. O evangelista narra: "E aconteceu que um anjo do Senhor apareceu-lhes e a glória do Senhor resplandeceu ao redor deles; e ficaram aterrorizados. Mas o anjo lhes disse: "Não tenham medo. Estou lhes trazendo boas novas de grande alegria, que são para todo o povo: Hoje, na cidade de Davi, lhes nasceu o Salvador, que é Cristo, o Senhor. Isto lhes servirá de sinal: encontrarão o bebê envolto em panos e deitado numa manjedoura. De repente, uma grande multidão do exército celestial apareceu com o anjo, louvando a Deus e dizendo:Glória a Deus nas alturas, e paz na terra aos homens aos quais ele concede o seu favor". (Lc. 2. 9- 14).

De fato, a cena por si mesma é algo de magistral e magnífico, todavia, apesar disso, não existe uma data estabelecida por este evangelho, ou qualquer outro. Contudo, nesse mesmo capítulo 2 de Lucas, encontramos Simeão, um homem de idade avançada, mas que era considerado “justo e piedoso” e que foi tomado de enorme jubilo ao ser levado, pelo Espírito Santo, a reconhecer naquela criança o Messias.

Talvez a alegria que preencheu o coração de Simeão tenha sido a mesma que preenchia o coração dos cristãos do séc. IV, quando estes decidiram escolher o dia 25 de Dezembro como a data para celebrar o nascimento do Salvador. Não importa se nessa data, segundo o calendário do Império Romano, era festejado o “NATAL DO SOL INVICTO”. Uma data extremamente importante nas festividades comemoradas pelos adoradores do Sol (que eram identificados como MITRA).
Muito pelo contrário, a escolha da data foi de tal dimensão que acabou ofuscando totalmente as festividades do Natal do Sol Invicto e, esse dia, acabou sendo absolutamente consagrado ao nascimento de Jesus, este sim é a verdadeira Luz e o único Sol da Justiça que ilumina a todos que o buscam “Mas para vocês que reverenciam o meu nome, o sol da justiça se levantará trazendo cura em suas asas. E vocês sairão e saltarão como bezerros soltos do curral.” (Ml. 4. 2).


Talvez a verdade esteja no fato de os cristãos daquela época, ao invés de criticar, usaram os conselhos do apóstolo Paulo: “Para com os fracos tornei-me fraco, para ganhar os fracos. Tornei-me tudo para com todos, para de alguma forma salvar alguns. Faço tudo isso por causa do evangelho, para ser co-participante dele.” (I Co. 9. 22- 23). E de posse dessa valiosa verdade os cristãos pegaram um dia festivo do calendário pagão, e o consagraram aquele que é a verdadeira luz que ilumina os homens: “Falando novamente ao povo, Jesus disse: Eu sou a luz do mundo. Quem me segue, nunca andará em trevas, mas terá a luz da vida.” (Jo. 8. 12). E acabaram condenando o culto “mítrico” ao ostracismo, até o seu desaparecimento total.

Não sou tolo e sei, com certeza, que o nascimento de Jesus não se deu no mês de Dezembro. Até mesmo porque, naquela região, Dezembro não é uma época propicia para grandes deslocamentos, e os evangelhos nos mostram muito claramente que por determinação de César, o povo teve que apresentar-se no local de origem de sua família para a realização do censo, este relato consta de Lucas 2.1-3. O texto, no versículo 8 nos informa, ainda, que os pastores estão ao relento.

O inverno, na região da Palestina, se dá exatamente no mês de Dezembro, portanto é um mês desfavorável ao deslocamento de grandes grupos de pessoas, assim como também não seria normal que durante essa época do ano os pastores estivessem nos campos com seus rebanhos expostos ao tempo. Por tudo isso, o mais provável é que Jesus tenha nascido no verão.
Todavia, independente de datas, nossos corações deveriam estar transbordantes de alegria e gratidão por DEUS, que nos amou de tal forma que enviou seu Filho unigênito para salvar todos que nEle crêem (cf. Jo. 3. 16). Devemos ter gratidão, porque de forma sobrenatural, nos deu um menino que nos trouxe a paz e esperanças de haver uma vida melhor, pois Ele nos ensinou que existe uma outra vida além desta vida que vivemos.

Depois de tudo isso, com licença, pois quero comemorar meu Natal com muita alegria, com muitos abraços, com muitos sorrisos, mas principalmente: com a certeza que estou comemorando o nascimento de alguém que é mais especial que qualquer outra pessoa; que é mais especial que eu mesmo, pois sem Ele eu não sou nada. Estou comemorando o nascimento do próprio Deus que se encarnou para trazer vida eterna aos que crêem nele.

“Porque um menino nos nasceu, um filho nos foi dado, e o governo está sobre os seus ombros. E ele será chamado Maravilhoso Conselheiro, Deus Poderoso, Pai Eterno, Príncipe da Paz.” (Is. 9. 6)


FELIZ NATAL!